domingo, 3 de fevereiro de 2008

Dispositivos Visuais_ex.2_Nostalgia de Tarkovsky
























Sendo “a imagem cinematográfica essencialmente a observação de um fenómeno que se desenvolve no tempo” (em Nostalgia, de Tarkovsky), segundo ele, este “fenómeno” observado, no caso, é o resultado de uma construção do olhar.
As imagens de Tarkovsky, não se orientam por uma “simbolização” que exige uma descodificação por parte do espectador.
Nesta perspectiva, Tarkovsky compara-se a um escultor, enquanto o escultor pega num bloco de mármore e, guiado pela visão interior da sua futura obra, elimina tudo o que não faz parte dela, do mesmo modo o cineasta, a partir de um “bloco de tempo” construído por uma quantidade de factos vivos, corta e rejeita tudo aquilo que não necessita.

Assim, a imagem escolhida é uma imagem de um local da minha eleição precisamente por transmitir memória e nostalgia, provocando um sentimento contemplativo, de meditação, observação e pensamento, transportando-me a um passado, como se o mesmo não fizesse parte do mundo real.
O grão presente na fotografia é de alguma forma propositado, uma vez que estava a chover, e a chuva é uma constante no filme “Nostalgia” de Tarkovsky, criando desta forma uma espécie de filtro , tornando a imagem difusa, pela pouca luz existente.

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